quarta-feira, 10 de novembro de 2010

É possível reverter uma lesão medular?

Sempre houve grande descrença quanto a possibilidade de uma terapia capaz de reverter as paralisias provocadas por lesão da medula e tal fato deve-se a grande complexidade dos fatores envolvidos nesse problema. A despeito dessa dificuldade, pesquisadores têm dedicado toda sua vida científica em busca desse objetivo, que eles chamam de Santo Grall dos neurocienistas.

Todo o esforço entretanto tem sido recompensado com importantes descobertas e uma delas sem dúvida é a elucidação do motivo que impede as células nervosas (neurônios) presentes no SNC (Sistema Nervoso Central = cérebro + medula) de se regenerarem após uma lesão.

Ao contrário dos neurônios espalhados pelas demais partes do corpo e capazes de se regenerar, as mesmas células quando no SNC ( Sistema Nervoso Central )não possuem essa capacidade, o que torna irreversíveis as lesões no cérebro e medula. E o motivo dessa incapacidade é a presença, nos neurônios do SNC, de uma proteína inibidora do crescimento do neurônios. A partir desse conhecimento, desenvolveu-se um anticorpo de modo a neutralizar a ação dessa proteína na medula e possibilitar a regeneração dos neurônios lesados.

Ao mesmo tempo outros estudos foram e continuam sendo realizados, notadamente no que diz respeito a descoberta e avaliação de algumas substâncias chamadas de fatores de crescimento de neurônios, ou seja, substâncias capazes de estimular o crescimento das células nervosas.

Em relação as paralisias provocadas por lesão medular, é importante ressaltar que a lesão física na medula pode se apresentar de várias formas, de acordo com a causa da lesão. Em alguns casos pode haver a formação de uma cicatriz no local lesionado, já em outras situações ocorre apenas uma desmielinialização das fibras nervosas, ou seja, causas diferentes que terão o mesmo efeito, que é a perda da capacidade da medula em conduzir os estimulos nervosos através da região lesionada e por fim, a paralisia. Causas diferentes que exigirão abordagens terapêuticas diferentes. Esse ponto explica as diversas abordagens terapêuticas exploradas pelos cientistas. Não apenas as citadas acima, mas muitas outras.

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