sábado, 1 de janeiro de 2011

Compaixão

Era uma vez um velho muito velho,



quase cego e surdo, com os joelhos tremendo.






Quando se sentava à mesa para comer,


mal conseguia segurar a colher.






Derramava a sopa na toalha e, quando afinal, acertava a boca,


deixava sempre cair um bocado pelos cantos.






O filho e a nora dele achavam que era uma porcaria


e ficavam com nojo.






Finalmente, acabaram fazendo o velho


se sentar num canto atrás do fogão.






Levavam comida para ele numa tigela de barro


e o que era pior nem lhe davam o bastante.






O velho olhava para a mesa com os olhos compridos,


muitas vezes cheios de lágrimas.






Um dia, suas mãos tremeram tanto


que ele deixou a tigela cair no chão e ela se quebrou.






A mulher ralhou com ele, que não disse nada, só suspirou.






Depois ela comprou uma gamela de madeira


bem baratinha e era ali que ele tinha de comer.






Um dia, quando estavam todos sentados na cozinha,


o neto do velho, que era um menino de quatro anos,


estava brincando com uns pedaços de pau.






- O que é que você está fazendo ? - perguntou o pai.






- Estou fazendo um cocho,


para papai e mamãe poderem comer quando eu crescer.


O menino respondeu.






O marido e a mulher se olharam durante algum tempo


e caíram em prantos.






Depois disso, trouxeram o avô de volta para a mesa.






Desde então passaram a comer todos juntos e,


mesmo quando o velho derramava alguma coisa,


ninguém dizia nada.






A Compaixão é uma das maiores Virtudes do Ser Humano.

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