O serviço YouTube do Google decidiu dar uma classificação de vídeo com conteúdo impróprio na terça-feira para uma pregação pró-vida dada por um pastor brasileiro. A pregação, que foi assistida por mais de quatro milhões de pessoas, parece ter tido um impacto sério nas eleições presidenciais do Brasil. Espectadores que tentam acessar o link agora recebem um aviso de que “segundo a sinalização da comunidade de usuários do YouTube, este vídeo ou grupo pode ter conteúdo impróprio para alguns usuários”. A fim de assistir ao vídeo, os usuários agora têm de fazer o login no YouTube e indicar que têm 18 anos de idade ou mais.
O vídeo mostra uma pregação dada por Paschoal Piragine Jr., pastor da Primeira Igreja Batista de Curitiba, em que ele denuncia as políticas pró-aborto e pró-homossexualidade do Partido dos Trabalhadores, que está no governo do Brasil. Durante a pregação, Piragine mostra um vídeo para sua audiência que inclui fotos de bebês abortados, e finaliza com uma chamada para se votar contra o Partido dos Trabalhadores. Durante o mesmo período em que milhões de brasileiros estavam assistindo ao vídeo, a candidata presidencial Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores viu seu apoio entre os evangélicos cair dramaticamente, provocando ameaças de ação legal contra Piragine por pelo menos uma autoridade governamental de cargo elevado.
Em combinação com declarações semelhantes feitas por bispos e padres católicos e outros pastores evangélicos, Rousseff perdeu vários pontos percentuais de apoio de eleitores e não conseguiu ganhar a disputa presidencial do Brasil no primeiro turno de domingo. Ela agora enfrentará um segundo turno no início de novembro. Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja do Brasil, denunciou a medida, acusando o YouTube de “uma forma de censura contra o pastor evangélico,” e perguntando “quem pediu?”. Citando a mensagem do YouTube chamando o vídeo de “impróprio” para alguns usuários, Azevedo respondeu: “Epa! Aí não dá! Impróprio para quem? Especialmente para os petistas, não?”. Azevedo disse que o vídeo “não trata de expor a intimidade de ninguém ou de calúnia. É uma crítica politica, concorde-se ou não com ela.”
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