A masturbação é um dos hábitos mais arraigados na vida dos seres humanos. Isto porque este vício, além de não fazer parte do plano de Deus em relação ao sexo, é algo escravizador, traz culpa e desanima todo aquele que quer seguir o padrão estabelecido por Deus para sua vida. Como disse o conselheiro e psicólogo cristão Jay E. Adams:
“A masturbação pode adquirir um controle tão tenaz sobre eles (adolescentes, jovens, etc) que as suas energias são desperdiçadas, desviando seus pensamentos dos seus estudos, levando-os a pensar no sexo por onde quer que vão, e com qualquer pessoa que vejam...” . Isto nos mostra o quão importante é que a vitória sobre a masturbação venha o mais rápido possível, pois quanto mais a mesma é praticada, mais enraizada fica na vida da pessoa.
Para entendermos o porquê da masturbação ser algo errado, primeiramente é necessário que saibamos qual seria a base bíblica para o sexo:
“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Gênesis 2:24.
O sexo é um presente criado por Deus para a humanidade. O objetivo do Senhor ao criá-lo é prover ao casal a oportunidade de partilharem juntos momentos prazerosos em companhia e intimidade; foi criado para a alegria e felicidade do casal (não o foi apenas para a procriação). Ao terminar a criação do homem e, certamente, sua sexualidade, Deus disse que “era muito bom” (ver Gênesis 1:31).
Sendo que Deus fez o sexo para que fosse desfrutado entre o casal, a dois, e que o mesmo deve ser o meio legítimo de satisfação de nossos desejos sexuais, podemos acertadamente concluir que se masturbar não é recomendável, pois a mesma não faz parte do plano de Deus para o sexo (ser feito a dois a fim de que ambos tornem-se “uma só carne” = companheirismo mútuo e prover prazer ao cônjuge).
Mesmo não havendo referências diretas nas Escrituras quando à masturbação, há “princípios bíblicos que se aplicam ao tema” :
O Princípio de I Coríntios 6:12: Não devermos ser dominados.
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”. 1 Coríntios 6:12 – grifo meu.
Aqui Paulo ensina que até mesmo “aquelas coisas que são corretas, não devem ter a permissão de dominar um crente a ponto de tornarem-se senhores do mesmo, e ele tornar-se o seu escravo” . Se o que é correto não deve nos dominar, muito menos o deve as coisas que não são boas.
O Princípio de Mateus 5:27-28: Não devemos adulterar.
“Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”. Mateus 5:27-28.
“O adolescente, apanhado na espiral da masturbação, eventualmente não pode evitar ser também envolvido nesse outro pecado” (adultério), pois quando se masturba, certamente pensará em outra pessoa, inclusive alguém que é casada (o).
O Princípio de I Coríntios 7:9: O desejo sexual deve ser aliviado através do sexo, com o cônjuge.
“Caso, porém, não se dominem que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado”. 1 Coríntios 7:9.
“Paulo não ensina que a masturbação é uma medida apropriada de alívio para o desejo sexual (o abrasar-se). Ele não diz, por exemplo: ‘É melhor o hábito da masturbação do que abrasar-se’. Bem pelo contrário, ele alista o autocontrole como a única alternativa para o casamento...a masturbação não apaga o incêndio, mas joga mais combustível no mesmo” .
Este texto claramente estabelece que para aliviar os desejos sexuais há 2 alternativas:
1. Autodomínio;
2. Casamento.
O Princípio de I Coríntios 7:3-4: “A capacidade sexual do indivíduo não existe para si mesmo” .
“O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher”. 1 Coríntios 7:3-4.
“Deus proveu a sexualidade do indivíduo para benefício de seu cônjuge legítimo. No sexo, como em tudo o mais, sempre será verdadeiro que mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. O sexo ego-centralizado, por conseguinte, constitui um uso ilegítimo da sexualidade”.
As Escrituras orientam que o sexo não deve ser desfrutado ‘solitariamente’ mas sim com alguém (o cônjuge); assim, vê-se que a masturbação é uma perversão do ato sexual, pois o indivíduo está buscando seu próprio prazer apenas; não está dando prazer à outra pessoa, (sua esposa ou marido). A capacidade sexual foi dada para que déssemos prazer a outrem.
Analisando estes princípios bíblicos, podemos concluir que realmente a masturbação não é aprovada por Deus, pois não condiz com Suas orientações em relação ao ato sexual; é algo egoísta, que estimula ao adultério (cf. Mt 5:27-28) e que tende a estragar nossa saúde física e mental (devido ao sentimento de culpa). Tal é pecado (conquanto não seja dos mais ofensivos. Entretanto, mesmo os pecados menos ofensivos são perigosos...), pois ao prejudicarmos qualquer área de nossa vida (física, mental ou espiritual) estamos destruindo o “templo do Espírito Santo”. (I Co 3:16-17; 6:19-20).
Como vencer a masturbação?
Há dicas que poderão ser muito úteis a fim obter-se a vitória. Antes, deve-se ressaltar que a vitória sobre a masturbação não vem de um dia para o outro. Alguns demoram mais, outros menos. Irá depender do tempo em que o vício está arraigado na vida da pessoa, sua força de vontade e, principalmente de sua comunhão com Deus. Se vier a cair, jamais deverá desanimar, mas continuar lutando, pois “é na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma” (Lucas 21:19).
Muitos jovens ao praticarem o ato desanimam e tendem a parar de orar e estudar a Bíblia; mas isto é totalmente errado. Se ao lado de Deus vêem as dificuldades para vencermos, imagine sem Deus! Mesmo que caia no ato, não deixe de estudar a Bíblia e de orar a Deus. Peça a Deus para que lhe fortalecer a cada dia a fim de que vá obtendo a vitória sobre este hábito.
É necessário também descobrir quando e onde ocorre a masturbação com maior freqüência. Se, por exemplo, a mesma ocorre ao recolher-se para dormir, “deverás ocupar-se de vigoroso exercício físico depois de fazer suas orações, mas antes de retirar-se para seu quarto, para que caia na cama exausto” . Se a masturbação ocorre pela manhã, será bom que ponha o despertador do outro lado do quarto, a fim de que tenha de levantar-se da cama para desligá-lo. A próxima providência a tomar será arrumar imediatamente a cama.
Se nenhum desses casos for o seu, escreva-me dizendo o momento em que mais a vontade de masturbar-se lhe ataca, a fim de que tracemos um plano que se adapte à sua situação.
Muito exercício físico, atividades manuais, vigiar os olhos (não ver cenas de sexo ou mulheres nuas em revistas ou TV), oração e nutrir bons pensamentos, são importantíssimos meios a serem utilizados nesta batalha.
“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã”. Isaías 1:18. “Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar”. Miquéias 7:19.
Se Deus perdoa-nos ao cometermos os mais horríveis pecados, porque não irá lhe perdoar? Deus sabe da estrutura de cada um de nós; Ele sabe quanto tempo precisamos para vencer determinados maus hábitos que temos e nos dá este tempo.
Não centralize suas atenções apenas neste assunto da masturbação de modo que sua vida gire em torno disto. Mesmo que seja bom obter a vitória sobre a mesma, devemos dar atenção também a outras coisas.
Vá a Jesus do jeito que está. Lembre-se de que pelo Seu poder podemos todas as coisas (Filip. 4:13). Jesus é mais poderoso que qualquer vício; Seu amor por você é tão grande que um dia morreu na cruz do calvário para salvar-lhe. Creia em seu perdão: o perdão divino é tão maravilhoso que ao nos perdoar apaga nossos pecados e nem quer mais se lembrar deles (cf. Is 43:25). Converse com o Salvador em oração todos os dias e peça-lhe poder para vencer. Faça sua parte em seguir as dicas apresentadas, na certeza de que Jesus estará fazendo a parte dEle.
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